Princípios de espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (5)

Princípios de espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (4)
21 de março de 2022
Princípios de espectroscopia de transmissão de infravermelho próximo
21 de março de 2022

Princípios de espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (5)

Ensaios 2D

   

Apesar dos espectros discutidos até o momento terem duas dimensões (eixo Y – intensidade e eixo X – deslocamento químico), entende-se que estes sejam ensaios de apenas uma dimensão.

Ensaios bidimensionais (2D) são o resultado de uma programação de pulsos executados em tempos diferentes de modo que um ensaio tenha informações em função de uma frequência f1 (similar ao que já foi abordado) e de uma nova frequência, f2, relacionada programa de pulso adicional, o qual sofrerá variações. Portanto, em um ensaio 2D tem-se a execução de duas transformadas de Fourier e um gráfico tridimensional que é lido em função de apenas duas delas: f1 e f2.

Tais ensaios podem ser homonucleares ou heteronucleares. Apesar de ser possível (para algumas máquinas), não é comum observar ensaios homonucleares de outros núcleos que não o hidrogênio. Usualmente realizam-se ensaios de COSY e TOCSY de 1H. Já para os ensaios heteronucleares, observa-se geralmente o HSQC e HMBC.

Ensaios homonucleares

COSY (espectroscopia de correlação) homonuclear geralmente se refere a ensaios homonucleares e, como mencionado acima, geralmente envolve nucleos de 1H. Neste ensaio há uma “linha diagonal” onde há o cruzamento de informações entre os dois espectros de 1H. É importante mencionar que há simetria entre os dois lados, podendo haver pequenas diferenças de resolução. Os sinais que se encontram fora da diagonal principal são o resultado do acoplamento entre dois núcleos, o que indica proximidade entre sítios.

O ensaio de TOCSY (espectroscopia de correlação total) é uma versão “completa” de um ensaio de COSY que engloba todos os possíveis acoplamentos entre spins em um sistema.

 

Ensaios heteronucleares

Ensaios heteronucleares contam com dois núcleos diferentes, usualmente 1H e 13C. Devido à diferença de espectros, a “diagonal principal” não existe neste caso. No HSQC (correlação quântica única heteronuclear), há um programa de pulsos orientado em função de núcleos de 1H onde pode-se criar uma correlação entre hidrogênios ligados a carbonos específicos, elucidando a estrutura química de um objeto de estudo.

O HMBC (correlação quântica múltipla heteronuclear) há a observação de relações entre 1H e 13C em distâncias maiores do que uma ligação, podendo estar a duas ou três ligações de distância, por exemplo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *