Um artigo publicado na revista Green Chemistry Letters and Reviews explora um método ecológico inovador para a síntese de nanopartículas à base de cobre utilizando resíduos de casca do café. A casca do café, que representa cerca de 14% do peso dos grãos, é um subproduto abundante do processamento do café e contém uma série de componentes bioativos, como carboidratos, lignina, taninos e polifenóis, que apresentam propriedades antioxidantes.
Esses compostos não apenas conferem à casca do café um alto valor nutricional e funcional, mas também a tornam uma matéria-prima promissora para a produção de nanocompósitos à base de cobre, como Cu, Cu₂O e CuO. Os nanomateriais de cobre são conhecidos por sua alta atividade antimicrobiana e têm sido utilizados na agricultura como fertilizantes e agentes de controle de doenças. Esse processo reduz o impacto ambiental de fungicidas convencionais à base de cobre e oferece uma alternativa mais sustentável e eficaz.
Neste contexto, a casca do café desempenha um papel fundamental, pois ela pode atuar como agente redutor e estabilizante na síntese dessas nanopartículas de cobre. Isso não só contribui para a sustentabilidade, aproveitando um resíduo normalmente descartado, mas também abre novas possibilidades para a aplicação do café em tecnologias verdes.
Para medir a composição e o potencial da casca do café na produção dessas nanopartículas, o espectrofotômetro UV-Vis V-730 da Jasco foi utilizado para quantificar diversos componentes essenciais. A seguir, destacamos alguns dos parâmetros analisados:
• Teor total de polifenóis (TP): Através da reação com o reagente de Folin-Ciocalteu, a densidade óptica foi medida a 765 nm, permitindo a quantificação do teor de polifenóis, um composto antioxidante presente na casca.
• Teor de açúcares redutores (RS): Utilizando o reagente DNSA e aquecendo o extrato, foi possível determinar a quantidade de açúcares redutores presentes, essenciais para a função redutora durante a síntese das nanopartículas.
• Teor de lignina solúvel: A análise de densidade óptica a 280 nm permitiu a quantificação da lignina, um composto que pode também atuar na estabilização dos nanocompósitos.
• Teor de cafeína: A cafeína extraída da casca foi analisada a 275 nm, possibilitando a determinação de seu teor, dado seu impacto na biologia das plantas e seu potencial de decomposição ambiental.
Esse estudo abre portas para a utilização da casca do café como uma fonte sustentável de matérias-primas para a produção de nanomateriais com aplicações agrícolas, além de destacar o papel do café não só como uma bebida energizante, mas também como um aliado na inovação tecnológica e no cuidado ambiental.
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