Técnicas espectroscópicas tradicionais foram adaptadas para o segmento de microespectroscopia. As espectroscopias de absorção UV-Vis, fluorescência, espalhamento Raman e infravermelho são exemplos que podem ser encontrados na tabela 1. A absorção UV-Vis mede a absorbância de uma amostra e é adequada para a obtenção de espectros de materiais que contenham grupos cromóforos. Em métodos envolvendo fluorescência, usualmente empregam-se sondas marcadas com grupos fluoróforos para que se execute o trabalho. Em Espectroscopia de absorção infravermelho analisam-se moléculas de acordo com determinados modos de vibração molecular. O espalhamento Raman considera modos de vibração de maneira similar à espectroscopia de absorção infravermelho considerando agora a questão de “polarizabilidade de ligações”.
A aplicação em conjunto da microscopia e espalhamento Raman rendem uma boa resolução espacial apesar da baixa intensidade. O oposto é verdadeiro para a aplicação sinérgica entre microscopia e espectroscopia infravermelho. As duas técnicas são consideradas como complementares.
Tabela 1. Tipos e qualidade de microespectroscopia
Tipo | Princípio | Fenômeno | Usos | Qualidades |
UV-Vis | Transições eletrônicas | Transmissão/ reflexão | Materiais óticos | Tons da imagem observada são visíveis ao espectrômetro |
Tintas | ||||
Análises colorimétricas | ||||
Fibras | ||||
Forense | ||||
Fluorescência | Transições eletrônicas | Emissão | Autofluorescência | Localização visual de moléculas fluorescentes com alto contraste |
Sondas fluorescentes | ||||
Biomateriais | ||||
Rendimento quântico | ||||
IR | Vibrações moleculares | Transmissão/reflexão | Material desconhecido | Análise de efeitos de parâmetros como temperatura, campo elétrico e irradiação de luz sobre uma amostra |
Filmes multicamadas/espessura de filmes | ||||
Materiais de preenchimento | ||||
Falha de dispositivo | ||||
Reações químicas | ||||
Distribuição em plano | ||||
Orientação | ||||
Distribuição de componentes | ||||
Raman | Vibrações moleculares | Espalhamento Raman | Partículas finas | Com um sistema ótico confocal é possivel criar uma imagem 3D com varredura em profundidade |
Material desconhecido encoberto | ||||
Stress em silicone | ||||
Polimorfos cristalinos | ||||
Compostos semicristalinos | ||||
Materiais inorgânicos | ||||
Fármacos/cosméticos |
Existem dois tipos de objetivas para microespectroscopia: lentes objetivas “visíveis” e cassegrains. Seu tipo e uso depende da aplicação (figura 1). Para as técnicas de UV-Vis, fluorescence e Raman, objetivas utilizadas em microscópios comuns podem ser utilizadas. No entanto, cassegrains são necessários para a microespectroscopia FTIR.
A resolução espacial é importante no segmento de microespectroscopia porque define o grau de detalhamento da imagem obtida. No caso de lentes objetivas, a resolução espacial é de 0.61 x λ/N.A enquanto cassegrains atingem 2.2 × λ/N.A, onde “N.A” representa a abertura numérica e λ o comprimento de onda da luz que a atravessa.
A Resolução espacial também aumenta conforme diminui-se o comprimento de onda. A Tabela 2 informa a área observável mínima para cada método de microespectroscopia.
Tabela 2: tipos de microscopias e áreas de observação
Tipo | Sistema de condensação | Tamanho mínimo | inconveniente | qualidade |
UV-Vis/fluorescência | Cassegrain/ lente objetiva | 10 μm | Absorção/manchas | |
IR | Cassegrain | 5 μm | Espessura de amostras | Preparo de filmes finos |
Uso de ATR | ||||
Raman | Lentes objetivas | 1 μm (ou menos, dependendo do equipamento) | Fluorescência | Seleção de comprimento de onda de excitação |
Remoção de fluorescência |
A criação de uma imagem espectroscópica de uma amostra pode ser feita tanto por mapeamento quanto imageamento. Primeiro a imagem visual da amostra deve ser obtida. Nos sistemas modernos, utiliza-se imagens de CCD. O grau de magnificação da imagem é determinado pelas lentes objetivas e a posição da amostra é ajustada por um estágio XY para a configuração do campo de visualização. O mapeamento é a varredura automática em um campo de visão de modo que se realiza uma medição em pontos múltiplos. Estes pontos geram pixels individuais que compõem uma imagem espectroscópica. O Imageamento pode ser realizado também através da coleta simultânea de informações em pontos múltiplos utilizando um detector CCD de arranjo linear para UV-Vis, fluorescência e Raman e um MCT com arranjo linear para FTIR (figura 2). A imagem espectroscópica pode ser formada através da seleção de um comprimento de onda e a avaliação da intensidade deste sinal ao longo de uma amostra.
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