Princípios de microespectroscopia (1)
27 de outubro de 2021
Princípios de microespectroscopia (3)
28 de outubro de 2021

Princípios de microespectroscopia (2)

Técnicas espectroscópicas tradicionais foram adaptadas para o segmento de microespectroscopia. As espectroscopias de absorção UV-Vis, fluorescência, espalhamento Raman e infravermelho são exemplos que podem ser encontrados na tabela 1. A absorção UV-Vis mede a absorbância de uma amostra e é adequada para a obtenção de espectros de materiais que contenham grupos cromóforos. Em métodos envolvendo fluorescência, usualmente empregam-se sondas marcadas com grupos fluoróforos para que se execute o trabalho. Em Espectroscopia de absorção infravermelho analisam-se moléculas de acordo com determinados modos de vibração molecular. O espalhamento Raman considera modos de vibração de maneira similar à espectroscopia de absorção infravermelho considerando agora a questão de “polarizabilidade de ligações”.

A aplicação em conjunto da microscopia e espalhamento Raman rendem uma boa resolução espacial apesar da baixa intensidade. O oposto é verdadeiro para a aplicação sinérgica entre microscopia e espectroscopia infravermelho. As duas técnicas são consideradas como complementares.

Tabela 1. Tipos e qualidade de microespectroscopia

TipoPrincípioFenômenoUsosQualidades
UV-VisTransições eletrônicas

Transmissão/

reflexão

Materiais óticosTons da imagem observada são visíveis ao espectrômetro
Tintas
Análises colorimétricas
Fibras
Forense
FluorescênciaTransições eletrônicasEmissãoAutofluorescênciaLocalização visual de moléculas fluorescentes com alto contraste
Sondas fluorescentes
Biomateriais
Rendimento quântico
IRVibrações molecularesTransmissão/reflexãoMaterial desconhecidoAnálise de efeitos de parâmetros como temperatura, campo elétrico e irradiação de luz sobre uma amostra
Filmes multicamadas/espessura de filmes
Materiais de preenchimento
Falha de dispositivo
Reações químicas
Distribuição em plano
Orientação
Distribuição de componentes
RamanVibrações molecularesEspalhamento RamanPartículas finasCom um sistema ótico confocal é possivel criar uma imagem 3D com varredura em profundidade
Material desconhecido encoberto
Stress em silicone
Polimorfos cristalinos
Compostos semicristalinos
Materiais inorgânicos

Fármacos/cosméticos

Resolução espacial em microespectroscopia

Existem dois tipos de objetivas para microespectroscopia: lentes objetivas “visíveis” e cassegrains. Seu tipo e uso depende da aplicação (figura 1). Para as técnicas de UV-Vis, fluorescence e Raman, objetivas utilizadas em microscópios comuns podem ser utilizadas. No entanto, cassegrains são necessários para a microespectroscopia FTIR.

A resolução espacial é importante no segmento de microespectroscopia porque define o grau de detalhamento da imagem obtida. No caso de lentes objetivas, a resolução espacial é de 0.61 x λ/N.A enquanto cassegrains atingem 2.2 × λ/N.A, onde “N.A” representa a abertura numérica e λ o comprimento de onda da luz que a atravessa.

A Resolução espacial também aumenta conforme diminui-se o comprimento de onda. A Tabela 2 informa a área observável mínima para cada método de microespectroscopia.

Tabela 2: tipos de microscopias e áreas de observação

TipoSistema de condensaçãoTamanho mínimoinconvenientequalidade
UV-Vis/fluorescênciaCassegrain/ lente objetiva10 μmAbsorção/manchas 
IRCassegrain5 μmEspessura de amostrasPreparo de filmes finos
Uso de ATR
RamanLentes objetivas1 μm (ou menos, dependendo do equipamento)FluorescênciaSeleção de comprimento de onda de excitação
Remoção de fluorescência

Imageamento e mapeamento

A criação de uma imagem espectroscópica de uma amostra pode ser feita tanto por mapeamento quanto imageamento. Primeiro a imagem visual da amostra deve ser obtida. Nos sistemas modernos, utiliza-se imagens de CCD. O grau de magnificação da imagem é determinado pelas lentes objetivas e a posição da amostra é ajustada por um estágio XY para a configuração do campo de visualização. O mapeamento é a varredura automática em um campo de visão de modo que se realiza uma medição em pontos múltiplos. Estes pontos geram pixels individuais que compõem uma imagem espectroscópica. O Imageamento pode ser realizado também através da coleta simultânea de informações em pontos múltiplos utilizando um detector CCD de arranjo linear para UV-Vis, fluorescência e Raman e um MCT com arranjo linear para FTIR (figura 2). A imagem espectroscópica pode ser formada através da seleção de um comprimento de onda e a avaliação da intensidade deste sinal ao longo de uma amostra.

https://www.jasco-global.com/principle/principles-of-microspectroscopy-2-types-and-characteristics-of-microspectroscopy/

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